Desculpe coração, sei que já estais judiado, já sofreste demais... Desculpe cérebro, sei que já estais cansado de me ver chocando de frente com a razão... E desculpe você, que me tira o sono, porque se eu não quero deixar de gostar de você é porque eu já estou deixando e só digo que não quero porque isso está me machucando. Não que eu goste de gostar de você... Mas eu gosto de ter em quem pensar quando olho pela janela do ônibus, gosto da sensação de frio na barriga, gosto dos arrepios que tenho só de ouvir seu nome... E são dessas sensações que vou sentir falta. Eu gosto de sentir meus olhos, involuntariamente (ou não), lhe procurarem pelos locais nos quais já lhe vi antes, gosto de ter borboletas no estômago... E quando eu deixar de sentir algo por ti, isso vai embora. E aí será pouco tempo até meu sistema esquecer das sensações e querer sentí-las novamente, pois haverá um vazio, e eu subitamente sentirei falta de algo que nem me lembro como era. E vai doer, vai doer e eu não saberei acabar com a dor, afinal, quando isso tudo acabar, será um grande "nada" e como se cura a dor de um vazio? Depois de um tempo, sei que o vazio será preenchido por um balde de amor próprio, mas isso não fará com que meu organismo não anseie pelas sensações que a essa altura serão passado... E assim eu vou seguindo, com outras paixões, outro alguém. Continuarei tendo meus extremos e variando entre eles, continuarei sentindo demais ou não sentirei nada e consequentemente aprenderei mais de mim mesma. Sei que de vez em quando irei tentar enfiar na cabeça que amo alguém, que vou negar isso em voz alta e que será uma mentira. Mas, afinal, "mentir sobre algo que é mentira também é uma forma de dizer a verdade", certo? É que eu sei que alguns desses que chamarei de "amores" serão apenas "paixões". Mas sabe o que é melhor? É que tudo isso me ensinará no que acreditar, me guiará para uma versão mais forte de mim mesma!
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